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Ciência

Visionarium e as Ciências Experimentais

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Presentemente, é unânime o reconhecimento de que o ensino experimental das ciências, desde tenra idade, pode contribuir de forma decisiva para a promoção da literacia científica, potenciando o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício de uma cidadania interveniente e informada e à inserção numa vida profissional qualificada.

Contudo, os resultados de estudos internacionais revelam que as crianças portuguesas têm, em média, um desempenho na área da literacia científica significativamente inferior ao da média dos países da OCDE, não se verificando melhorias apreciáveis nos últimos anos. A aposta na educação em Ciência ganha, consequentemente, uma importância crescente no nosso país, visando a preparação das crianças e dos jovens para uma vida satisfatória e completa no mundo do século XXI.

É neste contexto que projectos como o Visionarium adquirem um papel relevante. O Visionarium é um centro de ciência, ou seja, um museu de ciência interactivo, situado em Santa Maria da Feira, no Europarque. À semelhança da Cidade das Ciências de La Villette (França) ou do Exploratorium de S. Francisco (EUA), no Visionarium é possível realizar experiências manipulando os equipamentos expostos. Este Centro de Ciência constitui um amplo esforço no sentido de promover a cultura científica do país, proporcionando uma maior aproximação da comunidade à Ciência e a inovação de práticas pedagógicas e de aprendizagem.

Ao entrar no Visionarium, somos convidados a participar numa grande aventura científica, viajando por diversos espaços a que correspondem outras tantas odisseias.

Entre eles, destacamos a Odisseia da Terra, a Odisseia do Universo, a Odisseia da Matéria, a Odisseia da Informação, a Odisseia da Vida, o Laboratorium e os Experimentários.

Em cada um deles, somos surpreendidos pelas imensas possibilidades da Ciência e inundados de conhecimento. Subitamente, podemos estar a conversar com Gregor Mendel, pai das leis da hereditariedade e da genética, ou com Mendeleiev, autor da Tabela Periódica dos Elementos, que nos guia numa viagem ao mundo infinitamente pequeno da matéria. Mas podemos, ainda, tornar-nos protagonistas desta aventura e ver a nossa imagem aparecer num monitor, conversando com um homem-
-máquina ou participando na realização de experiências num ambiente animado e interactivo. Esta é, indubitavelmente, uma aventura enriquecedora de que vale a pena desfrutar.

Numa entrevista gentilmente cedida pelo Engenheiro Paulo Barros, Director de Conteúdos Científicos do Visionarium, ficámos a conhecer mais alguns aspectos interessantes sobre este magnífico Centro de Ciência.


Entrevista ao Engenheiro Paulo Barros (Director de Conteúdos Científicos do Visionarium)

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O que podemos aprender no Visionarium?

Os temas são:

  • Terra, Geografia e História;
  • Vida, Biologia (sobretudo os sentidos);
  • Universo, Astronomia;
  • Físico-Química;
  • Odisseia da Informática.
  • Que espaços aconselha a visitar se quisermos fazer experiências ou uma visita com familiares?

    O jardim do Visionarium é muito agradável e bastante frequentado no Verão. Lá desenvolvem-se muitas actividades e é o local mais interessante para uma visita em família. Há também o laboratório e os dois mini-laboratórios.

    Há quanto tempo trabalha neste centro de Ciência?

    Bem, trabalho desde o início. Comecei a exercer funções quinze dias antes de abrir ao público.

    Gosta de trabalhar no Visionarium? Porquê?

    Claro que sim, gosto muito das minhas funções. Gosto, principalmente, quando alguém realiza uma actividade e, no fim, vejo que a pessoa apreciou aquele momento, aprendeu e se divertiu. Fico muito feliz.

    Já alguma vez pensou em deixar de trabalhar no Visionarium?

    Não, só não gosto de ter de pensar nas compras que temos de fazer para cada actividade e coisas desse género.

    Obrigado pela entrevista que nos cedeu.


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    Ciência

    Gripe A, uma doença fatal ou banal?

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    O vírus da Gripe A-H1N1, que apareceu recentemente, é um novo subtipo de vírus que afecta os seres humanos. Este novo subtipo contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da gripe e apresenta uma combinação nunca antes observada em todo o Mundo. Em contraste com o vírus típico da gripe suína, o novo vírus da Gripe A-H1N1 é transmissível entre os seres humanos.

    O modo de transmissão do novo vírus da Gripe é idêntico ao da gripe sazonal. O vírus transmite-se de pessoa para pessoa, através de gotículas libertadas quando uma pessoa fala, tosse ou espirra. Os contactos mais próximos (a menos de 1 metro) com uma pessoa infectada podem representar, por isso, uma situação de risco.

    O contágio pode também verificar-se indirectamente, quando há contacto com gotículas ou outras secreções do nariz e da garganta de uma pessoa infectada, por exemplo, através do contacto com maçanetas das portas, superfícies de utilização pública, etc.. Os estudos demonstram que o vírus da gripe pode sobreviver durante várias horas nas superfícies e, por isso, é importante mantê-las limpas, utilizando os produtos domésticos habituais de limpeza e desinfecção.

    Com a perspectiva de uma pandemia, é impossível ficar indiferente a este tema. Certamente, todos conhecemos um amigo, um familiar, um colega, um vizinho… que teve ou tem Gripe A. Mas, será esta doença, de facto, alarmante ou estamos a exagerar?

    O bastonário da Ordem dos Médicos afirmou que "Há claramente um excesso de alarme, de zelo", referindo que "não passa de uma gripe, uma doença banal, pouco letal". Em declarações à Lusa, Pedro Nunes reafirmou, recentemente, a necessidade de evitar alarmismos em relação à Gripe A e que o plano de contingência deve ser encarado como uma medida de defesa para situações mais graves.

    "Todo este plano de limpeza sanitária tem de ser encarado pela população como medida de defesa, de treino para situações mais graves, não perdendo a cabeça com uma situação que é banal, que é uma gripe".

    "Estamos a falar de gripe, uma doença que todos nós conhecemos, já tivemos e vamos ter várias vezes ao longo da vida", insistiu. Para Pedro Nunes, o facto de ser uma doença banal "não impede que sejam positivas todas as medidas, que são medidas de preparação do país para alguma eventualidade mais grave do que esta gripe".

    "E que ao mesmo tempo educam as pessoas para medidas de higiene, quiçá já esquecidas", acrescentou.

    Torna-se, contudo, difícil ao cidadão comum situar-se na problemática da gripe, no contexto da pandemia em curso e do novo ciclo da gripe que com ela se inicia.

    Sem cair em exageros ou alarmismos infundados, a "resposta social" ao desafio pandémico assume uma importância primordial. O papel dos indivíduos, das redes familiares e das organizações escolares e empresariais em dificultar a transmissão da doença e em proteger os mais vulneráveis é fundamental. É necessário capacitar as pessoas e as organizações para transformarem informação e orientações gerais em "soluções" adequadas a cada situação concreta, razoavelmente proporcionais aos riscos em causa.

    Cabe, portanto, a cada um de nós minimizar os riscos inerentes à propagação desta doença, interiorizando e adoptando os hábitos de higiene adequados pois, ainda que a Gripe A- H1N1 não seja iminentemente fatal, tem vindo a provocar vítimas em todo o mundo e o valor da vida nunca é banal.

    Para saber mais sobre os procedimentos a adoptar para se proteger a si e aos outros, veja o vídeo que preparámos para si ou visite o Portal da Saúde, onde poderá, numa breve consulta, aprender hábitos que podem salvar vidas.

    Sugerimos também a leitura do livro Nós e a Gripe – Informação, conhecimento e bom senso, elaborado por Constantino Sakellarides, director da Escola Nacional de Saúde Pública. Um livro claro e sucinto, que ajuda a seleccionar e sistematizar a informação relevante sobre este tema.

    Quanto aos mais novos, deixamos a seguinte sugestão de leitura: O Nuno escapa à gripe A. Um livro que, de uma maneira simples e divertida, esclarece, educa e ajuda os seus leitores a combater este vírus.