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Património

Fado, Património Imaterial da
Humanidade



Património Imaterial da Humanidade é uma distinção criada em 2003 pela UNESCO para a protecção e o reconhecimento do património cultural imaterial, abrangendo as expressões culturais e as tradições que um povo preserva para as gerações futuras, respeitando a sua ancestralidade.

A cada dois anos são escolhidos os bens a partir das candidaturas apresentadas pelos países subscritores da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.

Ora, o fado constitui, sem dúvida, uma das mais genuínas e características formas de manifestação da cultura portuguesa. Assim, Portugal vai apresentar a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade, no início de 2010. Esta intenção foi confirmada pelo embaixador de Portugal na UNESCO, Manuel Maria Carrilho, ao jornal Público.

"Nos últimos tempos houve um bom trabalho da Câmara Municipal de Lisboa, do Museu do Fado e do Professor Rui Vieira Nery e as coisas estão agora em condições de serem apresentadas em breve. Se for no começo de 2010, penso que posso garantir que em 2011 teremos o fado consagrado como Património Imaterial da Humanidade".

Sara Pereira, a directora do Museu do Fado, disse que a candidatura do Fado deverá ser apresentada no primeiro semestre de 2010. Sara Pereira também explicou que desde 2005 estavam a trabalhar na sua preparação.

Ficamos, portanto, a aguardar esta distinção que, pelo valor intrínseco do fado, decerto acontecerá.

A enorme importância do fado na cultura portuguesa levou à criação de um portal exclusivamente dedicado a esta forma de expressão do sentir lusitano.

O Portal do Fado surgiu de uma ideia original de Miguel Amaral (que toca guitarra portuguesa), há, mais ou menos, 3 anos. Na altura, apercebeu-se que a informação sobre fado, na Internet, era muito escassa e estava demasiado dispersa. Era, então, necessário criar um sítio que pudesse concentrar toda esta informação e, ao mesmo tempo, ser actualizado diariamente. Assim surgiu o Portal do Fado que pode ser visitado no seguinte endereço: portaldofado.net.

Para sabermos mais sobre esta ideia e a forma como foi concretizada, entrevistámos o seu fundador.

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Entrevista a Miguel Amaral

Quando criou este portal teve esperança de que fosse muito visitado?

É claro que, quando se entra num projecto deste tipo, o objectivo é que o nosso trabalho chegue ao maior número possível de pessoas. Actualmente, o Portal do Fado regista uma média de 900 visitas por dia.

Por que razão é sobre fado e não sobre outro tema? Qual é a sua finalidade?

É sobre fado porque, como foi dito, a ideia original partiu de alguém ligado ao fado. Por outro lado, sendo o fado um estandarte da nossa cultura e uma manifestação exclusiva do sentimento português, era interessante e urgente que este estivesse bem representado na Internet. Desta forma, poderá chegar a todos os portugueses que aqui residem e às inúmeras comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo fora.

De que forma, nos dias de hoje, o fado evolui?

O fado sempre evoluiu, não apenas hoje, embora isso seja mais evidente agora devido à sua popularidade e à projecção mediática. Cada fadista imprime um pouco da sua personalidade ao fado o que faz com que este esteja sempre a evoluir. Já na década de 60, Amália trouxe inovação ao fado e, desde aí, o fado tem sempre evoluído.

Qual o fadista mais conhecido e em que região do país o fado é mais popular?

Sem dúvida alguma, a fadista mais conhecida de sempre é Amália Rodrigues pelo que trouxe ao fado, pela imensidão da sua obra e pelo seu inesgotável talento. O fado, porque nasceu em Lisboa, tem aí a sua mais expressiva representação.

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Ele marca indelevelmente a cultura do nosso país de forma intemporal, pois é a expressão musical portuguesa por excelência.

O fado não é só a música do passado e da saudade. Encontra-se em constante renovação e, acompanhando a evolução de um povo, leva o mais puro sentir português aos quatro cantos do mundo, na voz de fadistas como Mariza, Ana Moura, Raquel Tavares, Joana Amendoeira, Camané, Carminho…

Por tudo isto, podemos dizer que o fado está bem de saúde e recomenda-se.

Numa época em que parecem despontar para o sucesso cada vez mais novos fadistas, qual é o fadista com mais notoriedade, actualmente?

Nos dias de hoje, talvez seja a Mariza a fadista mais popular em termos mediáticos, para uma geração mais nova de ouvintes.


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Património

Parque Ornitológico de Lourosa e a conservação das espécies

Quando pensamos em avestruzes, araras, tucanos, flamingos… somos levados a imaginar lugares distantes, destinos exóticos… Porém, todas estas aves estão bem perto de nós. Existe, em Lourosa, um parque que se dedica exclusivamente às aves. O Parque Ornitológico de Lourosa ou Zoo de Lourosa abriu oficialmente as suas portas ao público em Outubro de 1990, sendo, nessa altura, propriedade de um particular. Em 2000, foi adquirido pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com o intuito de serem cumpridas as normas comunitárias inerentes à exibição de animais ao público. O casuar foi então adoptado como logótipo do parque.

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Contando com mais de 500 espécies e cerca de 3000 aves, este parque moderno e bem organizado reúne exemplares vindos de todo o mundo, integrados no seu habitat natural, incluindo muitas espécies raras ou em vias de extinção. Há um pouco de tudo: araras, papagaios, periquitos, pavões, patos, faisões, flamingos, rolas, pombas, tucanos, calaus, mochos, corujas e muitas outras espécies singulares.

Localizado num ambiente natural, é um excelente local para se conhecer um pouco melhor a natureza e o mundo das aves.

Salientamos, contudo, que a exibição de aves não é o único objectivo do Parque Ornitológico. O parque assume, também, a indispensável missão da preservação das espécies que aí residem. Esta é, aliás, uma das premissas em que assenta o projecto. Ciente do papel preponderante que, actualmente, cabe aos Zoológicos na conservação de espécies e da biodiversidade, este parque desenvolve um valioso trabalho, gerindo de forma científica e conservacionista as aves em cativeiro, dando particular ênfase às espécies ameaçadas.

Cada um de nós, enquanto cidadão proactivo, pode e deve ajudar o parque nesta sua nobre missão, colaborando nas iniciativas por ele organizadas. Já pensou, por exemplo, que pode tornar-se padrinho de uma destas belíssimas aves? Ao aderir à campanha Adopta-me, está a colaborar com o Zoo na alimentação, cuidados veterinários e manutenção técnica especializada das aves, usufruindo de entradas gratuitas no Zoo, entre outros mimos, para além de poder afirmar orgulhosamente que é padrinho de uma Catatua Galah, de um Faisão Rothschild ou de um Mutum de Bico Vermelho. Contudo, o principal é que, desta forma, está a cuidar do parque que é um bocadinho de todos nós.

Esta é apenas uma das inúmeras formas de colaborar e assumir um papel interventivo naquela que deve ser uma missão de todos – a preservação da Natureza e das diversas espécies que a constituem, pois cada uma é única e insubstituível.