Os azulejos são parte integrante da cultura do nosso país.
Há cinco séculos que eles ornamentam as paredes interiores de igrejas e palácios em Portugal. Desde meados do século XVI que os nossos ceramistas se dedicam ao fabrico do azulejo acompanhando de uma forma original e criativa as diferentes correntes artísticas.
Foi durante a ocupação árabe na península ibérica que os portugueses e os espanhóis tomaram conhecimento desta área. O termo "azulejo" deriva de uma palavra árabe (al zulej) que significa pedra lisa e polida.
O azulejo tornou-se, progressivamente, uma das expressões mais fortes da cultura em Portugal e uma das contribuições mais originais do génio dos portugueses para a cultura universal.
Aqui, o azulejo ultrapassou largamente a mera função utilitária ou o seu destino de arte ornamental e atingiu o estatuto transcendente de Arte, enquanto intervenção poética na criação das arquitecturas e das cidades.
Curiosamente, na cidade do Porto só em meados do séc. XIX este tipo de ornamentação, que se tornou tão característica da cultura portuguesa, teve verdadeira expressão. Com efeito, são raros os revestimentos interiores de igrejas e palácios do Porto anteriores ao séc. XIX (claustro da Sé Catedral, igreja do convento de S. Bento da Vitória, casa do cabido e igreja de S. João Novo).
No século passado a indústria cerâmica do Porto e Gaia passou por um período de grande prosperidade e criatividade. Para este facto contribuiu o início da produção de azulejos e de telhas (nos séculos anteriores os azulejos eram produzidos exclusivamente pelas cerâmicas do sul do país) que em grande parte se destinavam à exportação para o Brasil.
Era já então corrente no Brasil a aplicação de azulejo no revestimento das fachadas dos prédios, por constituírem uma boa protecção para a humidade e também devido à sua resistência e características térmicas. Os emigrantes portugueses regressados do Brasil, ao construírem as suas casas, introduziram em Portugal esta prática. Apesar de no início este hábito ser encarado como elemento de mau gosto (chamavam-lhe "casa do penico" ou "casa de brasileiro") rapidamente se generalizou na cidade do Porto e até no resto do país.
"Esta nossa cidade - seja dito para aquelas pessoas que porventura a conhecem menos - divide-se em três regiões, distintas por fisionomias particulares. A região oriental, a central e a ocidental. O bairro central é o portuense propriamente dito; o oriental, o brasileiro; o ocidental, o inglês. (...).
O bairro oriental é principalmente brasileiro, por mais procurado pelos capitalistas que recolhem da América. Predominam neste enormes moles graníticas, a que chamam palacetes; o portal largo, as paredes de azulejo azul, verde ou amarelo, liso ou de relevo; o telhado de beiral azul; as varandas azuis e douradas; (...)."
in " Uma Família Inglesa", Júlio Dinis, 1868
Vendo bem, os motivos utilitários que ditaram a sua utilização no Brasil são também aplicáveis às nossas condições atmosféricas.
Para além dos edifícios novos foram também revestidos, nesta época, muitos edifícios antigos, pelo que o aspecto da cidade sofreu uma grande alteração. A cor e o brilho dos reflexos do sol no vidrado do azulejo combinam de uma forma muito feliz com o tom escuro do granito.
Os azulejos particularmente característicos desta época são fortemente relevados e produzidos nomeadamente nas fábricas de Massarelos, Santo António do Vale da Piedade, Miragaia, Cavaquinho, Carvalhinho e Devesas, quase todas adquiridas em meados do século XIX por emigrantes regressados do Brasil. São azulejos confeccionados com moldes e pintados normalmente com uma, duas ou três cores associadas ao branco. Esta técnica é aliás semelhante à utilizada para a produção de cerâmica de uso doméstico.
Os diversos motivos relevados combinados com as diversas cores dão origem a uma enorme variedade de azulejos quer de "tapete" quer de cercadura.
Grande parte dos motivos são de inspiração vegetalista e a sua exuberância combinada com a vivacidade das cores empregues denota bem a influência tropical.
Para conhecer melhor esta forma de expressão, aconselhamos um passeio atento pelas ruas da cidade invicta. Assim, poderá respirar arte e observar como o cinzento das paredes ganha vida e cor, criando a sensação de estarmos a visitar um vasto museu ao ar livre.
BÊ-Á-BÁ
Cultura
Couchsurfing
CouchSurfing
Viajar, conhecer realidades distantes, contactar com culturas distintas, aprender com a diferença… são desejos comuns a muitos de nós, embora nem sempre lhes possamos dar vida.
É nesta senda que aparece o CouchSurfing. Um projecto que acredita poder contribuir para a criação de um mundo melhor, estreitando os laços entre os seus membros, através da organização de um serviço de hospitalidade, com base na internet.
Este projecto pretende, fundamentalmente, ligar pessoas e lugares internacionalmente, criar trocas educacionais, fomentar a consciência colectiva e espalhar a tolerância e o entendimento cultural.
Em Julho de 2008, o CouchSurfing tinha cerca de 600 000 membros em 231 países e territórios. Segundo vários indicadores, estima-se que muitos membros usem o site de uma forma muito activa, com 47% a oferecerem os seus sofás a viajantes.
Para os interessados e todos aqueles que têm espírito aventureiro, deixamos algumas informações úteis sobre este serviço. Quem sabe se um dia não andará por aí a explorar um destino exótico, alojado no “sofá” de um simpático anfitrião ou, fazendo jus à afamada hospitalidade portuguesa, acolhe um intrépido “surfer”.
O que é o CouchSurfing?
O CouchSurfing é uma organização internacional de rede, sem fins lucrativos, que liga viajantes com a população local em mais de 230 países e territórios em todo o mundo. Desde 2004, os seus membros têm vindo a utilizar o sistema para se unirem, promovendo o intercâmbio cultural, a amizade e experiências de aprendizagem. Hoje, mais de um milhão de pessoas, que de outra maneira poderiam não ser capazes de encontrar hospitalidade e entendimento cultural, usufruem deste serviço.
A missão desta organização é criar experiências inspiradoras. A actividade principal da organização é a troca de alojamento. Enquanto anfitrião, um membro oferece o alojamento a seu belo prazer. Enquanto surfer (convidado), o viajante pode procurar e pedir alojamento para o seu destino.
Na óptica desta organização, o mundo deve ser um lugar onde todos podem explorar e criar relações significativas com as pessoas e locais que encontram.
Como funciona o CouchSurfing?
A hospitalidade recíproca é o sentimento reinante entre os membros do CouchSurfing. Este intercâmbio é uma forma excepcionalmente rica de interacção cultural. Os anfitriões têm a oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo sem sair de casa. Os "surfers", ou viajantes, são capazes de participar na vida local dos lugares que visitam. Os anfitriões podem também tornar-se viajantes, porque "surfar" reduz o custo financeiro da exploração.
O alojamento é inteiramente consensual entre o anfitrião e o convidado. A duração, a natureza e os termos para a estadia do convidado são acordados à priori para satisfazer ambas as partes. Espera-se que a estadia seja também gratuita; não existem compensações monetárias, excepto em determinadas situações (o convidado pode compensar o seu anfitrião pela comida, por exemplo).
A comunidade CouchSurfing continua a expandir os seus horizontes. Os seus membros vão sempre encontrar formas de se unir e aprender uns com os outros. Todos os dias, pessoas de todo o mundo partem para acampamentos, encontros, intercâmbios linguísticos, debates e todos os tipos de outras experiências.
Como é que o CouchSurfing é executado sendo uma organização sem fins lucrativos?
O CouchSurfing é uma organização sem fins lucrativos, inteiramente financiada por doações generosas dos seus membros e executado de acordo com os princípios orientadores da organização. Todos os meses, milhares de CouchSurfers optam por apoiar a comunidade, obtendo um controlo de identidade que inclui uma doação. Outros membros optam por se tornar independentes e doam mais dinheiro. Cada experiência positiva entre os membros custa apenas 17,62€, por isso mesmo pequenas doações têm um grande impacto no sentido de ajudar a alcançar a missão a que se propõe.
O cumprimento da missão de caridade desta organização requer a obtenção de recursos e gastos, mas tudo é feito com o entendimento de que o CouchSurfing é uma organização sem fins lucrativos. Legalmente foi determinado que todos os recursos devem ser aplicados directamente na realização da missão, ao invés de criar lucro para interesses privados. O objectivo do CouchSurfing não é o lucro e a utilização do site é livre para todos os membros. O fim basilar deste serviço é caminhar para um mundo melhor.
Quem dirige o CouchSurfing?
Em 1999 Casey Fenton registou o domínio couchsurfing.com com o intento de criar o projecto CouchSurfing. O site foi desenhado e registado pela Casey Fenton
Consulting. Em 2003, a organização sem fins lucrativos CouchSurfing International, Inc. foi criada por Casey Fenton, que foi o CEO e membro da administração. Os outros três fundadores- Dan Hoffer, Sebastien LeTuan, e Leonardo Bassani da Silveira - completavam a administração.
Casey continua a ajudar o CouchSurfing a prosseguir a sua visão, como o director executivo da organização.
O esforço para apoiar a comunidade CouchSurfing é feito por pessoas de todo o mundo que contribuem como voluntários, a partir de casa.
O CouchSurfing atinge os seus objectivos?
A fim implementar a sua visão do mundo foi criada esta rede que permite que pessoas com diferentes estilos de vida possam viver juntas. É uma comunidade diversificada com mais de 1 milhão de membros. Há CouchSurfers provenientes de mais de 69 000 cidades diferentes e 302 línguas originais. Desde 2004, mais de 1,7 milhões de estadias CouchSurfing tiveram êxito, mais de 1,9 milhões de novas amizades foram formadas através do CS e mais de 120 000 destas são descritas como sendo amizades próximas. Os membros têm relatado mais de 4,3 milhões de experiências positivas.
Apesar da filosofia do projecto assentar na crença de que a partilha entre cidadãos do mundo só pode fazer dele um lugar melhor e das medidas que visam garantir a segurança de todos os membros, há alguns relatos de experiências negativas vividas por quem experimentou este serviço, pelo que se devem avaliar bem todos os aspectos de uma possível participação no CouchSurfing.
Depois de 29 edições e 15 anos de vida, o jornal “ABC” deixa o formato de papel e transforma-se no portal “ABC”. Os objectivos continuam os mesmos de sempre: fomentar a aprendizagem das línguas e da informática, a capacidade de investigação e de trabalho em grupo, a interdisciplinaridade, e o espírito crítico a ligação da escola à família.
Este portal divide-se em 3 secções. A primeira refere-se às actividades desenvolvidas pela comunidade educativa na escola, no exterior e no âmbito de projectos que se vão desenvolvendo ao longo do ano lectivo. A secção do “Bê-á-bá” em Ciência, Cultura e Património, da responsabilidade dos alunos do 8.º ano, pretende dar a conhecer temas relevantes nestas áreas, no âmbito do projecto educativo em curso, centrado na inovação e criatividade. Finalmente, a dos Clubes tem como objectivo dar a conhecer as iniciativas de enriquecimento curricular destinadas ao 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico.
Com esta nova plataforma, pretendemos valorizar a capacidade de comunicação para o exterior e estimular ainda mais o dinamismo e o empenho demonstrados por estudantes e docentes do grupo escolaglobal®.