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Património

O Castelo de Santa Maria da Feira

Ensino Básico 1.º ciclo
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O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais notáveis monumentos portugueses pela forma como espelha a diversidade de recursos defensivos utilizados entre os séc. XI e XV, tornando-o, assim, peça única da arquitectura militar portuguesa. É, certamente, um dos grandes motivos de orgulho do nosso concelho.

Do antigo castro romano, e depois fortaleza ampliada na época da reconquista cristã, restam hoje apenas o 1.º piso da Torre de Menagem com um grande eirado na cobertura, sendo esta composta por dois pisos e grandes lareiras que revelam o carácter residencial que outrora o castelo teve. D. Sancho I deixou o castelo, por testamento, às suas filhas e, mais tarde, foi incluído no património da Rainha Santa Isabel. No séc. XV, o rei D. Afonso V entregou-o a Fernão Pereira com a incumbência de o restaurar. A 12 de Janeiro de 1472, o mesmo rei nomeou Rui Vaz Pereira, 1.º conde da Feira, senhor do Castelo e da Terra de Santa Maria. Com a morte sem descendência do último conde, em 1700, o castelo passou à casa do Infantado, em 1708. Em 1722, o Palácio dos Condes, construído dentro das muralhas, e a Torre de Menagem sofreram um violentíssimo incêndio.

Com o declínio da importância militar do castelo, este foi adaptado a paço senhorial. No séc. XV, todo o monumento voltou a sofrer grande remodelação no campo defensivo motivada pelo aparecimento de um novo tipo de armamento (a pólvora). É desta época a construção, dentro da cerca, do primeiro palácio. Este veio a ser substituído, no séc. XVII, por uma nova construção (demolida em 1929), o embelezamento exterior e a construção da fonte.

A entrada do castelo faz-se pela chamada “Porta da Vila” protegida por uma barbacã. Esta entrada leva à “Cerca Avançada” ou “Praça de Armas” que conduz, pelo lado norte, à Torre de Menagem. A Praça de Armas é um grande espaço interior, circundado pelo chamado “caminho da ronda” ou adarve, que é protegido por um forte dispositivo de ameias e troneiras. Junto à Torre de Menagem, pelo lado nascente, está a Torre do Poço que é uma construção do séc. XV toda em granito e com 8 janelas fechadas, formando nichos, com um acesso pelo exterior com 136 degraus. O poço tem 33,5metros de profundidade e nascente própria. Através de uma passagem coberta protegida por seteiras, chega-se à Tenalha que é uma pequena obra de fortificação para proteger a Torre de Menagem, do lado sul. A forma da sua construção supõe o uso de armas de fogo. A Torre da Casamata, localizada no lado poente, é um recinto defensivo, ao nível térreo, com bombardeiras e besteiras dispostas de forma eficaz para assegurar o tiro em todas as direcções. Junto à barbacã, encontra-se um interessante conjunto constituído por uma capela hexagonal e a casa do capelão, mandados edificar em 1656. A referida capela veio substituir uma ermida muito antiga, entretanto demolida.

Face ao estado de degradação em que o castelo se encontrava e ao abandono a que os poderes públicos o votaram, um grupo de feirenses criou, a 29 de Outubro de 1909, uma associação cultural: “A Comissão de Vigilância”. Com uma consciência viva das suas responsabilidades e do dever/direito de participação, tomaram para si a iniciativa de substituir os poderes públicos e começaram a fazer obras de limpeza, de melhoria e de reparações inadiáveis. Actualmente, “A Comissão de Vigilância" continua a administrar o castelo, mas agora por delegação expressa do IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico), por força da celebração de vários protocolos.

Assim sendo, o Castelo de Santa Maria da Feira, que outrora fora castro romano, baluarte de defesa contra invasões normandas vindas do mar, forte militar na época da reconquista, importante pólo político-militar no tempo da independência, habitação de famílias reais e de nobres, é hoje objecto de grande apreciação arquitectónica e de apreciável visita turística.


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Património

Cultura Castreja perto de nós…

Ensino Básico 2.º ciclo
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Ao longo do último milénio antes de Cristo, os povos do Norte e do Noroeste da Península Ibérica construíram, sobretudo no cimo dos montes, povoados fortificados – os castros, também chamados citânias ou cividades.

Em Portugal, grande parte dos castros situa-se nas terras para norte do rio Vouga.

Entre largas centenas de ruínas arqueológicas, destaca-se o Castro de Romariz, datado do século V antes de Cristo e habitado até ao século I depois de Cristo. Trata--se portanto de um povoado da idade do bronze e que veio a ser posteriormente romanizado.

O castro de Romariz, rodeado por duas linhas de muralhas, estende-se por centenas de metros, com várias dezenas de casas, embora se pense que muito mais há ainda por descobrir.

Sabemos, pelos vestígios que nos deixaram os seus habitantes, que praticavam a agricultura e pastorícia e também o trabalho dos metais, com que faziam as suas armas, utensílios e adornos.

O Castro de Romariz é considerado pelos arqueólogos um castro “limpo”, assim designado por ter sido abandonado de forma planeada e não por qualquer acontecimento que precipitasse a partida dos seus habitantes. De facto, pensa-se que estes decidiram descer até à planície, devido à dificuldade que teriam em escalar diariamente aquele monte tão íngreme. Uma vez que já não se colocavam problemas de defesa, face à pacificação atingida com a ocupação romana, puderam instalar-se mais perto dos seus campos de cultivo ou das pastagens para os seus animais.

Contudo, do que foi deixado para trás, é visível que as suas habitações, na sua maioria de forma circular, eram de pedra, cobertas de colmo e de ramos entrelaçados. Em volta, ficavam os currais dos animais e pequenas cabanas para armazenar os alimentos. Pelos fragmentos de cerâmica encontrados, conclui-se também que os povos castrejos eram artesãos muito habilidosos.

Actualmente o espólio recolhido no local encontra-se exposto no Museu Convento dos Lóios, em Santa Maria da Feira. Aconselhamos vivamente a sua visita, pois poder-se-á complementar muito do conhecimento sobre estas comunidades agro-pastoris, habitantes dos castros, concretamente sobre os habitantes do castro de Romariz.

Aqui fica a nossa sugestão, pois garantimos tratar-se de uma visita muito interessante e educativa.