Repórter da História: O trabalho escravo na produção de açúcar

Repórter da História: O trabalho escravo na produção de açúcar

Antes de mais, sabias que o açúcar é um produto de origem vegetal?

É verdade, a cana-de-açúcar é uma planta. E, nos séculos XVII e XVIII, até chegarem à mesa dos mais abastados, os grãos de açúcar eram o resultado de um longo processo e de um trabalho muito penoso. Esse trabalho era levado a cabo pelos escravos africanos, que eram transportados para o Brasil com esse propósito.

Quando os primeiros colonos portugueses chegaram ao Brasil, começaram a escravizar a população indígena. Acontece, que os índios brasileiros, habituados que estavam a viver de forma livre, na natureza, adoeciam ou fugiam para o interior, surgindo assim a necessidade de procurar mão de obra mais resistente para o trabalho de produção de açúcar. Os Portugueses encontraram essa mão de obra nas suas colónias em África.

Os escravos eram capturados no interior do continente africano, geralmente por tribos rivais, que depois os vendiam aos Portugueses nas feitorias do litoral.

A viagem entre África e o Brasil era longa e os escravos eram transportados nos navios negreiros, em condições desumanas. Muitos deles eram acorrentados em porões sobrelotados e a falta de alimentos e de higiene, juntamente com as temperaturas elevadas, levavam a que uma parte não resistisse e morresse durante a viagem.

Chegados ao Brasil, os sobreviventes eram vendidos em mercados de escravos, como se de uma mercadoria se tratassem. O seu preço variava em função da idade, sexo e estado físico em que se encontravam. Eram depois utilizados nos engenhos de açúcar, uma grande propriedade, onde trabalhavam de sol a sol, a troco de alimentação e do local onde habitavam – a sanzala. Os que ousassem desobedecer, ou fugir e, fossem apanhados, eram chicoteados.

O trabalho dos escravos começava pela limpeza do terreno e a sua preparação para o cultivo. Depois faziam a plantação dos campos de grandes dimensões, designados canaviais. A planta da cana-de açúcar crescia durante 12 meses, findos os quais, era cortada em feixes e estes transportados até às moendas.

Nos engenhos propriamente ditos, uma espécie de fábrica, processavam-se as restantes fases. Aí, depois de moída a cana e extraído o caldo, este era cozido em caldeiras, durante horas, até se obter o melaço. Assim que se atingia a consistência certa, o melaço era purgado numas formas de barro, para que os cristais se separassem. O açúcar era então retirado das formas e separado conforme o seu tipo: claro, escuro e mascavado e depois ficava exposto ao sol, durante cerca de vinte dias.

Por fim, o açúcar tinha de ser pesado, empacotado e transportado até ao litoral. No porto, carregavam-se as embarcações que seguiam viagem até às cidades da Europa.

Nós, alunos de 6.º ano, ficámos muito sensibilizados com esta aprendizagem, sobretudo com o reconhecimento da violação dos direitos humanos inerente ao tratamento infligido aos escravos africanos.

Quisemos homenagear todos os seres humanos que passaram por esta horrível realidade, dando a conhecer igualmente o seu contributo no fabrico de um alimento que era tão apreciado pelas pessoas desta época, o açúcar.

Para tal, representámos esta triste realidade, recorrendo às tecnologias atuais, concretamente no mundo criado no Minecraft. Ora vejam os resultados: