Acordo universal para o combate às alterações climáticas aprovado em Paris

Acordo universal para o combate às alterações climáticas aprovado em Paris

Foi aprovado no passado sábado, 12 de dezembro, em Paris, o primeiro acordo universal para a luta contra as alterações climáticas. Na conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP21) estiveram reunidos 195 países que chegaram a este consenso ao fim de seis anos de trabalhos, iniciados na cimeira do clima de Durban, na África do Sul.

Pela primeira vez na história da humanidade, foi celebrado um pacto internacional, com força legal. Este acordo baseia-se na implementação de planos nacionais, que devem ser apresentados a cada cinco anos por todos os países, mostrando a sua contribuição para a luta contra o aquecimento global. Esta é uma abordagem diferente do que até agora se fazia: em vez de serem impostas metas aos países, são estes que decidem autonomamente o que fazer.

 
Quanto aos pontos essenciais que resultaram deste acordo, destaca-se a referência ao limite da subida da temperatura para 1,5οC. Estabelece-se, ainda, que todos os países deverão atingir o pico das suas emissões “o mais cedo possível” e começar a trabalhar no sentido de, a partir de 2050, atingir um equilíbrio entre os gases emitidos para a atmosfera e os gases removidos pelos chamados “sumidouros” (como as florestas, por exemplo) atingindo assim um cenário em que as emissões serão neutras.

Todos os países são chamados a contribuir para a redução das emissões dos gases que contribuem para o efeito de estufa. Todavia, são os países desenvolvidos que têm a responsabilidade de liderar os esforços na redução destas emissões.

Será, ainda, criado um mecanismo para monitorizar o desempenho de cada país e para assegurar que o limite da subida dos termómetros não será ultrapassado. Mais uma vez, os países desenvolvidos prometem aumentar a ajuda às nações mais vulneráveis, tendo sido fixado o valor de 100 mil milhões de dólares anuais (cerca de 91 milhões de euros), a disponibilizar pelos países desenvolvidos, para essa ajuda.

Há boas intenções, há boas ideias, mas depois é muito difícil colocá-las em prática.

Questionado pelo ABC sobre o impacto real que este acordo poderá ter, o especialista em Ambiente, António Guerner Dias, elogia as decisões tomadas e acredita que “há boas intenções, há boas ideias, mas depois é muito difícil colocá-las em prática”. Cético quanto à capacidade dos países atingirem as metas a que se propõem, Guerner Dias alerta que “cada um de nós tem um papel a desempenhar” e que as mudanças de comportamentos não podem estar dependentes da ação dos governos.

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Texto: Clube de Jornalismo, Audiovisual e Multimédia (JAM)